Mensagem da Mãe
Queridos e amados filhos,
De lamento em lamento foi a forma como sempre me apresentei perante vós ao longo de todo o tempo que apareci a todos os escolhidos pelas vossas eras, fazendo-vos alertas e deixando o meu desejo à vossa conversão, à vossa aproximação a mim, ao Pai, em suma à bossa mudança de atitudes que tendes na vossa vida.
Tudo o que é bom é difícil de se colocar em prática. Fazer o bem a quem quer que seja é hoje para vós uma tarefa hercúlea que nem merece a vontade quanto mais o desejo de concretizar.
Com pedra se joga pedra e com luta de pau se luta com pau. Voltais ao tempo antigo, onde se cobrava olhos por olhos e dentes por dentes.
Isto jamais deveria ter sido por vós permitido, nunca a humanidade deveria ter atingido um patamar destes numa sociedade que apelidais de evoluída.
Deixem-me vos dizer que de evoluídos nada tendes, porque em verdade todos vós vagueais vazios do nada que vos preenche a alma e somente reside o medo de que tudo não funcione em algum momento e tudo deixará de vos existir.
Então pergunto:
– Onde fica verdadeira fé da quais devíeis serem possuidores, motor de alento na dificuldade, dissipadora completa do medo e do vazio existencial?
Foi sobre tudo isto que vos alertei sempre ao longo de todo o tempo e como podeis verificar, foi em vão e infrutífero.
Chegou o momento e o tempo do limite, o momento de dizer basta a tanta e tanta inconsequência e o limite de que tudo é efectivamente um fim.
Deixarei gradualmente de aparecer em locais que ainda hoje o faço, iniciarei a despedida em muitos deles já em breve, e em breve também será cessado por todo e qualquer lugar, porque a minha presença foi ignorada no essencial pela maioria de todos vós, alguns ouviram, mas a mudança foi parca e sucumbiram aos caprichos da vida.
Entrais em períodos de vida diferentes em que imensas situações e circunstâncias vos aguardam e a fé verdadeira em cada um ditará a forma como ireis lidar com tudo o que vos vier assolar nos anos vindouros.
Continuai, porém, cientes que sou antes de tudo vossa Mãe a quem sempre podereis e devereis recorrer, mas ao fazê-lo, façam-no de coração cheio.
RECEBIDA: Ricardo Fins
Vila do Conde, 15 de Agosto de 2021